Intuição

João Gabriel Simões
2 min readJan 4, 2022

Minha mente está tão cheia, que nem sei por onde começar. São tantas paredes de pensamentos e sentimentos imbricadas com memórias e desejos, que tudo parece copiosamente confuso. É como um labirinto sem saída, que me conduz, frequentemente, a “perdição” em seus corredores, tão logo tento entender algo. Como quando, ao realizar uma análise descubro um desejo, que me leva a uma memória e essa, por sua vez, a uma cadeia de pensamentos, mas quando me dou conta, estou novamente no mesmo ponto de partida, sem saber de nada sobre o respectivo desejo. Nestes momentos, me consolo com o pensamento de que tudo está interligado, tudo tem uma razão de ser. Apesar dos pesares, continuo preso no labirinto e ele me angustia. E por mais que eu busque justificativas racionais para a impossibilidade de libertar-se deste labirinto - que é a mente - uma voz, bem baixinha e modesta, sussurra no íntimo do meu ser: diz ela “existem saídas”.

Por: Robert Dijkgraaf

Se, para alguns, é ingênuo acreditar em intuição, enquanto voz da consciência, é ainda muito mais ingênuo não considerar a sua possibilidade. A propósito, me causa asco como a soberba impúbere, daquele que diz ser impossível o que ele próprio não consegue conceber, seduz multidões. Se eu não vejo é porque não existe, se eu não percebo é porque é imperceptível: é o mesmo papinho de sempre, adornado com os melhores argumentos, reeditado a cada centena de anos por esse ou aquele pensador.

Enfim, é a intuição que muitos — presos em uma mentalidade cientificista — temem e negam! A intuição é o fio de Ariadne que nos ajuda a sair do labirinto, é a voz da consciência, com a qual descobrimos as saídas da desorganização anímica. A intuição é o que norteia a razão, é ela que nos mostra onde em nossa mente devemos caminhar. Mas, descobrir essa voz e reconhecê-la não é tão fácil assim. Aliás, pouco eu sei dela, ainda que a perceba o suficiente para testemunhar a sua existência e escrever essas palavras!

J.G.S

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