Se a impulsividade está prejudicando seus relacionamentos leia isso…

João Gabriel Simões
2 min readFeb 14, 2023

Saca só! Todo ser humano manifesta 2 tipos de comportamento:

1. Comportamento reflexo. Sabe quando alguém te provoca e você reage instintivamente sem pensar, para depois se arrepender do que fez? É isso que leva muitos a brigar depois da balada! Então, comportamento reflexo é isso.

2. Comportamento deliberado. Em vez de reagir automaticamente à provocação, você pondera, mede os prós e contras, age de forma consciente e sai da balada em paz sem brigar com ninguém.

No cérebro humano, o comportamento reflexo está relacionado a estruturas que ficam entre a base e o meio do cérebro, já o comportamento deliberado a estruturas que vão da parte superior até o meio do mesmo. Para simplificar, o comportamento reflexo decorre, predominantemente, do processamento de “baixo para cima” e o comportamento deliberado do de “cima para baixo”.

E o que isso tem a ver com impulsividade?

A impulsividade ocorre quando o processamento de “baixo pra cima” ganha na “queda de braço” do processamento de “cima para baixo”. Em outras palavras, quando o córtex pré-frontal (parte do cérebro que fica atrás da sua testa, relacionada ao controle dos impulsos) perde na “disputa” contra o sistema límbico (parte que fica no meio do seu cérebro, relacionada às emoções e instintos).

Isso pode ser facilmente visto na impulsividade natural das crianças, uma vez que o córtex pré-frontal do ser humano só termina seu desenvolvimento lá pelos 24 anos de idade, assim como, em pessoas alcoolizadas que tem a atividade dessa estrutura reduzida, temporariamente, ocasionando condutas impulsivas, como a de ligar para o/a “ex” depois de encher a cara!

O processamento de “cima para baixo” é a chave para entender o controle dos impulsos e reduzir a impulsividade.

Quando você está lá — no calor do momento — usando a sua “racionalidade” para tentar ser menos reativo, é normal que você sinta um certo desconforto interior e, não raro, ceda a impulsividade. O nosso cérebro é preguiçoso e turrão, por isso fica desconfortável toda vez que você busca mudar uma atitude enraizada ou reduzir a sua impulsividade. Mas, não se deixe desanimar por isso, pois o surgimento desse “atrito interior” é o sinal de que você está no caminho certo.

O exercício de, por um lado, tolerar a “tensão interior” e, por outro, ponderar e buscar novas interpretações diante de uma situação, na qual normalmente você reage de forma impulsiva, vai fortalecer o seu controle de “cima para baixo”, seu córtex pré-frontal. Essa é a essência do controle dos impulsos. Quanto mais você praticar, mais fácil será. Lembre-se que você é hoje o que você praticou ontem e será amanhã o que você pratica hoje.

Por: João Gabriel Simões

Instagram: @psicologo.joaosimoes

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